Da mesma forma que em outras áreas das ciências sociais aplicadas, a preparação para o trabalho e para a conquista de espaços de atuação profissional é uma das principais finalidades da formação acadêmica em turismo.
Um dos desafios dos coordenadores, gestores acadêmicos, professores e alunos das universidades e faculdades e dos programas de pós-graduação em turismo, lazer e de áreas afins (hotelaria, gastronomia, hospitalidade) é manter a qualidade das propostas pedagógicas e a eficácia dos programas de formação.
Estabelecer sintonia com as organizações públicas e privadas é requisito da articulação entre a teoria (ensino em ambiente de sala de aula) e a prática (atuação no mercado de trabalho). Ainda que se enfatize a capacidade de reflexão e de análise crítica, a formação de profissionais com capacidades técnicas – tais como como as de planejamento e gestão – são consideradas fundamentais.
Educadores e alunos são instigados a serem atores da reflexão interativa sobre os conteúdos teóricos e suas práticas em ciclo virtuoso de produção de novos conhecimentos. Apesar da sua complexidade, a natureza sistêmica do turismo é fator motivacional de cooperação entre os docentes, os alunos e os profissionais que estão atuando no mercado.
As diretrizes para a formação em turismo envolvem disciplinas que se fundamentam em conhecimentos estruturantes, com base na visão sistêmica e na interdisciplinaridade da área. Além do aporte de referenciais teóricos clássicos de áreas como sociologia, filosofia, economia, direito e administração, tem-se a expectativa de que o turismo proporcione arcabouços conceituais próprios, por meio da aplicação das diversas disciplinas aos estudos de suas atividades e de diversas dinâmicas pedagógicas, como análises de experiências profissionais, em diversas modalidades, entre as quais os estágios profissionalizantes. Nesse contexto, todos os atores das relações ensino e aprendizagem em turismo são constantemente desafiados a atualizar seus conteúdos, em razão da intensa globalização dos conhecimentos.
No mercado competitivo e de instabilidades e incertezas econômicas, a formação acadêmica em turismo não deve prescindir de conteúdos multiculturais, bem como de temáticas sobre a comunicação interpessoal e a ética nas relações sociais, políticas e econômicas para o fortalecimento do espírito de cooperação e de socialização de benefícios da atividade turística. A humanização é diferencial do turismo e do lazer, pois seu sentido transcende o conceito de processo de viagens (em que incidem consumos, cujos gastos geram efeitos econômicos multiplicadores): há também a hospitalidade e fatores sociais que são temas extremamente relevantes e presentes.
Estudar turismo é complexo, multidisciplinar e também gratificante. O papel da academia, além da compreensão do fenômeno, é contribuir com teorias importantes para o seu desenvolvimento.